sábado, 10 de outubro de 2015

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Dilma tenta frear operação de Cunha pelo impeachment

Alan Marques - 7.out.15/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 07.10.2015.. A presidente Dilma Rousseff, junto com o vice-presidente Michel Temer, o ministro do Turismo, Henrique Alves e o prefieto Eduardo Paes, participa da cerimônia Ano Olímpico para o Turismo. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
A presidente Dilma Rousseff
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Com a ameaça de ser deflagrado processo que pode ter como desfecho o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Planalto articula estratégia para frear a movimentação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Com a revelação de novas denúncias contra o peemedebista, o governo tentará carimbar nele a imagem de que age por motivos pessoais, ou seja, por vingança contra a petista.
É uma tentativa de enfraquecer sua legitimidade para dar prosseguimento a um pedido de afastamento da presidente.
Em outra frente, a presidente escalou ministros peemedebistas -como Kátia Abreu (Agricultura), Eliseu Padilha (Aviação) e Henrique Eduardo Alves (Turismo)- para monitorar o comportamento da bancada do PMDB na Câmara e evitar que deputados federais da sigla reforcem o movimento na Casa Legislativa.
Adversário do governo, Cunha indicou a assessores e aliados que anunciará na terça-feira (13) sua decisão sobre o pedido de impeachment ingressado na Câmara pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.
A tendência é que ele arquive o pedido, o que levará a oposição a ingressar com um recurso em plenário, que poderá prosperar se tiver a aprovação da maioria simples na sessão parlamentar.
Nesse caso, seria criada uma comissão especial para analisar o tema e a presidente só é afastada se o processo de impeachment for formalmente aberto, o que ocorre com o voto de pelo menos 342 dos 513 deputados federais.
Na reunião ministerial da última quinta (8), os ministros peemedebistas se comprometeram a fazer encontros semanais, às segundas-feiras ou terças-feiras, com os deputados federais do partido para medir a temperatura da bancada federal.
O PMDB é considerado pelos partidos de oposição ao governo federal o fiel da balança para a conquista dos apoios necessários para a aprovação do recurso no plenário da Casa Legislativa.
Preocupada com o início do processo de impeachment, ao qual chamou na última semana de "golpe democrático à paraguaia", a presidente reuniu-se neste sábado (10) com o núcleo duro do Palácio do Planalto e marcou para a manhã da terça-feira (13) reunião da coordenação política para definir uma contraofensiva à articulação na Câmara dos Deputados.
Na sequência, o ministro Ricardo Berzoini (Governo) se reunirá no Palácio do Planalto com líderes da base aliada para repassar a orientação do governo federal e estruturar um discurso comum em defesa do mandato da petista.
A avaliação do Planalto é de que, caso o recurso da oposição seja aprovado no plenário da Câmara dos Deputados, será difícil reverter o afastamento da petista.
AÇÃO NO STF
Numa outra frente, deputados do PT e do PCdoB recorreram ao STF(Supremo Tribunal Federal) para tentar barrar manobra acertada entre Cunha e a oposição que pode levar ao plenário da Casa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Os deputados Wadih Damous (PT-RJ), aliado do ex-presidente Lula, Paulo Teixeira (PT-SP) e Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA) ingressaram com pedidos para que o STF invalide o procedimento estabelecido por Cunha em caso de rejeição dos pedidos de impedimento.
Na reclamação, Paulo Teixeira alega que todo o rito traçado por Cunha fere a Constituição e a própria lei do impeachment, uma vez que ele adotou normas previstas pelo Regimento Interno da Câmara para tratar do impeachment. 

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