quarta-feira, 17 de setembro de 2014

brainly

Plataforma polonesa espera reunir 1 milhão de alunos brasileiros em 2014

O Brainly, no país desde novembro de 2012, promove o aprendizado através da colaboração mútua

Por Adriana Fonseca - 08/09/2014
Os fundadores da plataforma são os estudantes universitários da Polônia: Michał Borkowski, Tomasz Kraus e Łukasz Haluch (Foto: Divulgação)
Há cerca de um ano e meio no Brasil, a startup polonesa Brainly espera encerrar 2014 com um milhão de usuários cadastrados no país e mais de cinco milhões de visitas mensais. A plataforma, criada em 2009 por três estudantes universitários da Polônia - Michał Borkowski, Tomasz Kraus e Łukasz Haluch -, promove o aprendizado através da colaboração mútua.
“Queria capturar as melhores qualidades da experiência que eu tinha com pequenos grupos de estudo na universidade e levar isso para as escolas de ensino fundamental e médio em todo mundo”, conta Borkowski.
No Brainly, estudantes com dúvidas em alguma matéria publicam suas questões, que são respondidas por outros usuários da plataforma. Para engajar os colaboradores, há um sistema de pontuação, que gera um ranking. Assim, quem responde as perguntas ganha pontos e a melhor resposta – escolhida pelo autor da pergunta – soma ainda mais pontos.
Para lançar o Brainly, o trio de empreendedores investiu o equivalente a cerca de R$ 70 mil – dinheiro que eles tiraram do próprio bolso. De lá para cá, a startup conquistou cerca de US$ 500 mil em aportes de capital, o que permitiu levar o Brainly para outros mercados como Brasil e Turquia.
Escritório da Brainly, na Polônia  (Foto: Divulgação)
Hoje, a plataforma tem mais de 600 mil usuários cadastrados no Brasil. Globalmente, o número de usuários únicos já passa dos 25 milhões. A meta da empresa é encerrar 2014 com 50 milhões de usuários no mundo.
Entre os 35 países onde atua, a Rússia é o mercado mais forte, com 12 milhões de usuários únicos por mês e 20 mil novas perguntas por dia. Em seguida aparece a Polônia, com 4,5 milhões de usuários.
A startup não abre faturamento, mas informa que sua receita vem da venda de espaço publicitário.

domingo, 14 de setembro de 2014

Estado Islamico

Extremistas do Estado Islâmico anunciam nova decapitação

Vídeo da execução do britânico David Haines é autêntico, diz Londres

13/09/2014 | 20h28
Extremistas do Estado Islâmico anunciam nova decapitação ISIS/Reprodução
Haines foi o terceiro ocidental decapitado pelo EIFoto: ISIS / Reprodução
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) anunciou a decapitação do refém britânico David Haines, em represália à entrada da Grã-Bretanha na coalizão formada para combater a milícia jihadista.
Em um vídeo publicado na internet, Haines é decapitado por um combatente com o rosto coberto. Se a veracidade da gravação for confirmada, será a terceira execução de um refém ocidental por parte do EI em poucas semanas, após a morte de dois jornalistas americanos na Síria.
No vídeo de 2 minutos e 27 segundos, sob o título de "Mensagem aos Aliados da América", o grupo jihadista reprova a Grã-Bretanha por aderir à coalizão liderada pelos Estados Unidos para combater o EI no Iraque e na Síria.

ZH Explica: o que é e o que quer o Estado IslâmicoConfira todas as últimas notícias de Zero Hora
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— Vocês entraram voluntariamente nesta coalizão com os EUA contra o EI, como vosso predecessor Tony Blair fez antes de vocês, seguindo uma tendência dos primeiros-ministros britânicos que não têm coragem de dizer não aos americanos — diz o carrasco em mensagem dirigida ao governo de David Cameron.
O homem encapuzado, que parece ser o mesmo carrasco dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, afirma que a aliança contra o EI "acelerará vossa destruição e afundará os cidadãos britânicos em outra guerra sangrenta e perdida".

Neste domingo, o ministério britânico das Relações Exteriores confirmou a veracidade da gravação.

– Todos os elementos demonstram que o vídeo é autêntico e não temos nenhuma razão para acreditar que não é – declarou um porta-voz do ministério.

Mesmo antes da confirmação oficial, pelo Twitter, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, chamou o ato de "pura maldade".
O carrasco ameaça executar outro refém britânico em poder do EI. O escocês David Haines, 44 anos, foi sequestrado em março de 2013, quando atuava como voluntário em trabalhos humanitários na Síria.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

domingo, 7 de setembro de 2014

Google Ads

06/09/2014
 às 9:00 \ Vida literária

Por que o Google Ads é coisa de psicopata

american psycho x infinite jest“O psicopata americano”, o romance mais conhecido do escritor americano Bret Easton Ellis, é um livro detestável na opinião de David Foster Wallace, com a qual concordo. Mas é um livro detestável que, de uma forma que seria até desonesto não considerar brilhante, conseguiu ficar na história como o melhor retrato de uma época e uma cultura detestáveis – o yuppismo dos anos 1980.
A posição referencial que American psycho assumiu na recente ficção dos EUA pode ser constatada mais uma vez numa experiência curiosa: a “reescritura” do livro por meio do Google Ads, que resultou na publicação de um e-book chamado, justamente, American psycho, de BEE, mas cujo texto foi substituído por uma longa lista de notas de rodapé (ironicamente, recurso adorado por DFW) em que figuram os anúncios que cada naco de prosa gerou automaticamente ao passar pela correspondência de seus “autores” no Gmail.
Ou seja, trata-se do retrato de uma época marcada pela fetichização da mercadoria comentado por uma época marcada pela onipresença da mercadoria. Seria forçado chamar de “literatura” o que fizeram Mimi Cabell e Jason Huff, não por acaso formados em design: sua experiência – sobre a qual se pode ler mais, em inglês, aqui – fica mais à vontade no escaninho da arte conceitual. Mas não deixa de jogar luz sobre a obra original de BEE o fato de ter sido ela a escolhida para gerar um catálogo de produtos.
“O psicopata americano” não é muito mais que isso. Ao longo de quatrocentas páginas, um jovem e bem-sucedido profissional de Wall Street, Patrick Bateman, descreve em detalhes sua rotina, que se divide entre os dois lados de sua personalidade. No primeiro, Bateman e seus colegas yuppies torram o dinheiro que têm de sobra em produtos e serviços pretensiosos e absurdamente caros, num desfile massacrante de grifes que elimina qualquer ideia de diversão que se pudesse associar ao consumo – caramba, grita repetidamente o livro, como são infelizes esses caras!
É no segundo lado da personalidade de Bateman que está o pulo-do-gato do romance. Além de jovem nababo do mercado financeiro, o sujeito é o mais industrioso psicopata da história da literatura. Na prosa elegante de Ellis, os incontáveis assassinatos sádicos cometidos impunemente por Patrick Bateman são descritos de forma tão detalhada quanto seus hábitos de consumo, com efeito também entorpecedor.
Há momentos de humor negro que facilitam a tarefa, mas, de modo geral, a sensação de atravessar o livro guarda semelhanças com a de destrinchar aquele capítulo de “2666”, de Roberto Bolaño, chamado A parte dos crimes, com seu compêndio tedioso de mulheres assassinadas. No entanto, há uma diferença importante de efeito estético, que reside no ponto de vista. Em “2666”, a narração impessoal e monótona das mortes repetidas, fatos já consumados no momento em que a literatura entra em cena, lembra o relatório dos legistas. A exposição intolerável aponta para uma realidade intolerável sem que se possa acusá-la de cumplicidade pornográfica com o que condena.
Não é o caso de “O psicopata americano”, que se esbalda no comportamento doentio do protagonista. Sua única defesa é o descolamento sarcástico entre autor e narrador – pois é claro que Ellis e todos nós julgamos Bateman um monstro, confere? Eis um ponto em que o experimento de Cabell e Huff revela, certamente sem querer, o caráter simplista do projeto de BEE. Uma cena de assassinato com facas gera… anúncios de facas! Uau!
É aí que entra a crítica de DFW. Numa entrevista dos anos 1990, ele afirmou que a arte não pode se contentar em ser um mero espelho da ruindade do mundo e que o livro de BEE “sacia desavergonhadamente os desejos sádicos da audiência por um tempo, mas no fim deixa claro que o verdadeiro objeto do sadismo é o próprio leitor”. Foi o começo de uma inimizade que o suicídio do autor de Infinite jest não aplacou e que recentemente levou BEE a declará-lo “o mais tedioso, superestimado, pretensioso escritor da minha geração”. Nessa briga, mesmo reconhecendo méritos no autor de “Abaixo de zero”, meu lado está escolhido desde o primeiro parágrafo.

sábado, 6 de setembro de 2014

Estado Islamico

Otan 'ajudará EUA contra Estado Islâmico'; saiba mais sobre grupo

Atualizado em  5 de setembro, 2014 - 18:01 (Brasília) 21:01 GMT
Protesto na Indonésia diz que 'Isis (atual EI) não representa o islã' (EPA)
Protesto contra o Isis (atual EI) na Indonésia; grupo já controla boa parte do Iraque e da Síria
Países da Otan (aliança militar ocidental) estão prontos a se unir aos Estados Unidos em um esforço militar contra o grupo muçulmano radical Estado Islâmico (EI), que assumiu o controle sobre partes do leste da Síria e no norte e oeste do Iraque.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo presidente americano, Barack Obama, durante a reunião de cúpula da Otan no País de Gales.
Os Estados Unidos já vêm realizando ataques contra posições do Estado Islâmico no Iraque, mas, até agora, nenhum outro membros da Otan se uniu às forças do país nessas ofensivas.
Obama descartou, por enquanto, o uso de tropas terrestres contra o EI.
A expectativa dos EUA é de que aliados preparem um plano de combate ao Estado Islâmico a tempo da Assembleia Geral da ONU, ainda neste mês.
Também nesta sexta, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, aprovou uma cooperação com os Estados Unidos para combater os extremistas, fontes confirmaram ao serviço iraniano da BBC.
O EI é uma organização paramilitar sunita ultraconservadora. Suas táticas brutais - entre elas, execuções em massa e sequestro de membros de minorias religiosas e étnicas, além de decapitações de soldados e jornalistas - vêm chocando o mundo, o que levou os Estados Unidos a intervirem militarmente para tentar detê-lo.
Preparamos um guia para explicar o que é o grupo e como ele atua:

O que o EI quer?

O grupo quer criar um "califado", um Estado governado por um líder político e religioso e baseado na lei islâmica.
Embora os territórios sob controle do EI se situem hoje na Síria e no Iraque, o grupo já avisou que pretende "romper as fronteiras" da Jordânia e do Líbano e "liberar a Palestina".
Ele vem ganhando o apoio de muçulmanos em todo o mundo e exige que todos jurem obediência a seu líder - Ibrahim Awad Ibrahim Ali al-Badri al-Samarrai, também conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi.

Quais são as origens do EI?

O grupo tem suas raízes na figura de Abu Musab al-Zarqawi, um jordaniano morto em 2006. Ele foi o fundador, em 2002, do grupo militante Tawhid wal-Jihad.
Um ano após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos, Zarqawi jurou fidelidade a Osama Bin Laden e instalou um braço da Al-Qaeda no Iraque (AQI). O grupo teve papel marcante na insurgência iraquiana.
As táticas de Abu Musab al-Zarqawi, no entanto, foram consideradas extremas demais pelos líderes da al-Qaeda.
Após a morte de Al-Zarqawi, a AQI formou uma organização maior, o Estado Islâmico no Iraque (EII). O aumento na presença de tropas americanas no país e a criação de Conselhos Sahwa (palavra árabe para despertar) por líderes sunitas que rejeitavam tal brutalidade da EII enfraqueceram a organização.
Ao se tornar o líder do grupo, em 2010, Baghdadi reergueu o EII. Em 2013, a organização voltou a perpetrar dezenas de ataques mensais no Iraque, além de ter se unido à rebelião contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, por meio do grupo Frente al-Nusra.
Em abril de 2013, Baghdadi anunciou a fusão de suas forças no Iraque e na Síria e a criação do Estado Islâmico no Iraque e Levante (Isis, em inglês). Os líderes da al-Nusra e da al-Qaeda rejeitaram a medida, mas combatentes leais a Baghdadi romperam com a al-Nusra e ajudaram o Isis a se manter na Síria.
No final do ano passado, o Isis voltou a concentrar ataques no Iraque e explorou a divisão política entre o governo xiita do país e a minoria sunita. Com a ajuda de tribos locais, o grupo tomou o controle da cidade de Falluja (centro do país).
E, em junho deste ano, o Isis invadiu a cidade de Mosul e avançou rumo ao sul, na direção de Bagdá. No final do mês, após consolidar seu controle em dezenas de cidades, o Isis declarou a criação de um califado e mudou seu nome para Estado Islâmico.

Qual o tamanho do território controlado pelo EI?

Há estimativas de que o EI e seus aliados controlem cerca de 40 mil quilômetros quadrados no Iraque e na Síria - mais ou menos o tamanho da Bélgica. Outros especialistas acreditam que esse controle possa se estender a 90 mil quilômetros quadrados, equivalente ao tamanho da Jordânia.
Esse território inclui cidades iraquianas como Mosul, Tikrit, Falluja e Tal Afar, além de poços de petróleo, estradas e pontos de controle de fronteira.
Acredita-se que cerca de 8 milhões de pessoas vivam atualmente sob controle parcial ou total do EI - ou seja, sob uma interpretação bastante rígida da lei islâmica, que obriga mulheres a usar véu, não-muçulmanos a pagar taxas especiais ou se converter e que impõe punições como açoitamentos e execuções.

Quantos combatentes lutam com o EI?

Os EUA creem que o EI tenha cerca de 15 mil combatentes ativos. Mas o especialista em Iraque Hisham al-Hashimi disse, em agosto, que esse número estava entre 30 mil e 50 mil. Cerca de 70% deles teriam sido coagidos a se unir ao grupo, disse o analista.
Um número significativo de combatentes não são nem sírios, nem iraquianos: há estimativas de que mais de 12 mil estrangeiros de ao menos 81 países - incluindo 2,5 mil de países ocidentais - tenham viajado à Síria para entrar na guerra nos últimos três anos.
Os combatentes do EI têm acesso a armamentos leves e pesados, incluindo tanques com metralhadoras, lançadores de foguetes, baterias antiaéreas e sistemas de mísseis terra-ar. Eles também capturaram veículos dos exércitos sírio e iraquiano.

De onde vem o dinheiro do EI?

Estima-se que o EI tenha US$ 2 bilhões em dinheiro e ativos, o que faz dele o grupo militante mais próspero. Inicialmente, muito de seu financiamento vinha de indivíduos de países árabes. Hoje, o grupo se autossustenta, com milhões de dólares obtidos dos campos de petróleo e gás que controla, com dinheiro de impostos e taxas, com contrabando, extorsão e sequestros.
Sua ofensiva no Iraque também se mostrou lucrativa: deu ao grupo acesso ao dinheiro retido em bancos das cidades que ocupou.

Por que suas táticas são tão brutais?

Membros do EI adotam com uma interpretação extrema do islã sunita e consideram a si mesmos os verdadeiros guardiões da fé.
Sua crença é que os que seguem outras religiões ou mesmo muçulmanos de outras correntes (como os xiitas) são “infiéis”.
Essa é a justificativa para os ataques - decapitações, crucificações e chacinas - contra outros muçulmanos e contra não-muçulmanos.
Até o líder da al-Qaeda Ayman al-Zawahiri, que se distanciou do EI em fevereiro por conta das ações na Síria, advertiu que tal brutalidade afastaria "corações e mentes muçulmanas".

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Estado Islamico

Estado Islâmico cometeu crimes contra a humanidade, diz ONU; 1.420 morreram

Do UOL, em São Paulo
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Avanço de jihadistas leva Iraque a nova onda de violência166 fotos

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1º.set.2014 - Combatentes voluntários iraquianos celebram o rompimento do cerco jihadista na cidade xiita de Amerli, na província de Salaheddin. Milhares de moradores do Turcomenistão estavam presos na região há mais de dois meses, com pouca comida e água. A retomada da cidade é um dos maiores sucessos da ofensiva do governo do Iraque contra o grupo sunita radical do EI (Estado Islâmico), que se apoderou de grandes áreas do país Ahmad Al-Rubaye/AFP
As ações do grupo radical do EI (Estado Islâmico) na Síria e no Iraque equivalem a "crimes contra a humanidade", disse nesta segunda-feira (1º) a responsável adjunta do Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU, Flavia Pansieri. Ao menos 1.420 pessoas foram mortas no Iraque em agosto durante os conflitos entre os jihadistas e milícias locais.
"Muitos foram diretamente assassinados, outros sitiados e privados de alimentos, água e remédios", denunciou Panseri.
Segundo a funcionária da ONU, pelo menos mil yazidis, uma das minorias mais afetadas, foram mortos e 2.750 sequestrados ou escravizados nas últimas semanas. Em Badosh, se documentou a execução sumária de 650 prisioneiros, com especial violência no caso dos homens xiitas, que foram obrigados a cavar buracos onde foram mortos pelos insurgentes.
A ONU afirmou que o número de vítimas pode ser muito maior, mas que não foi capaz de verificar de maneira independente relatos sobre centenas de incidentes em áreas sob o domínio do grupo.
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Iraque: ofensiva rebelde lembra invasão dos EUA7 fotos

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Montagem mostra as semelhanças entre a invasão norte-americana à cidade de Mossul, no Iraque, em abril de 2003 (à esquerda), e a ocupação da cidade em junho de 2014 por forças rebeldes sunitas (à direita). Dez anos depois da ocupação norte-americana no país, o Iraque vive uma onda de violência que ameaça o governo central do país Leia mais Joseph Barrack, Ho, e Welayat Salauddin/AFP
Pansieri afirmou ainda que as forças de segurança iraquianas e grupos armados que se opõe ao EI também cometeram violações dos direitos humanos que "podem equivaler a crimes de guerra".
O Exército iraquiano, milícias afins e forças curdas, com apoio militar dos Estados Unidos, lutam contra o grupo terrorista, que mantém o controle de extensas áreas das províncias de Anbar, Ninawa, Salah al-Din e Diyala, no norte do Iraque.
O EI proclamou o estabelecimento de um califado nas zonas sob seu domínio, entre o norte iraquiano até a província de Al-Raqqah, na vizinha Síria.
O representante da ONU no Iraque, Nickolay Mladeno, afirmou que "milhares de pessoas continuam a ser alvejadas e mortas pelo EI e grupos armados associados simplesmente por causa de sua origem étnica ou religiosa. As verdadeiras consequências dessa tragédia humana são assombrosas".

Sequestros e crianças-soldado

Além disso, mais de 2.000 mulheres e crianças estão sequestradas no Iraquepelos jihadistas do EI, que as mantém presas em diferentes lugares, segundo informações recolhidas pela Missão das Nações Unidas neste país, que acredita que o número real possa ser "muito maior".
"Mulheres sequestradas puderam ligar para a Missão e informaram que o EI tirou seus filhos e que as mulheres são entregues aos combatentes, vendidas ou escravizadas por se negar a se converter (ao Islã)", disse o coordenador de todos os analistas e grupos de trabalho de direitos humanos da ONU, Chaloka Beyani.
Em uma sessão de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o Iraque, também foi denunciado o recrutamento forçado de crianças pelo grupo extremista, que as envia à frente de combate para que sirvam de escudos dos combatentes adultos.

Armamento proibido

O grupo radical também foi acusado pela ONG Human Rights Watch (HRW) de usar bombas de fragmentação durante confrontos na Síria. Este tipo de armamento foi proibido em 1993.
Como diz o nome, elas se fragmentam em pequenas bombas que podem matar ou ferir mesmo um tempo depois de terem sido lançadas.
O EI teria usado as bombas nos dias 12 de julho e 14 de agosto em combates entre o grupo jihadista e as forças curdas em torno de Ain al-Arab, reduto curdo da província de Aleppo, perto da fronteira com a Turquia. (Com agências internacionais)
Entenda a violência no Iraque
  • O que está acontecendo?
    Desde que as tropas americanas saíram do Iraque, em 2011, o grupo islâmico EI vem rapidamente ocupando cidades do país. Desde junho, já tomou Mosul, segunda maior cidade e bastião da resistência à ocupação dos EUA e aliados, e partes de Tikrit, cidade de Saddam Hussein próxima da capital Bagdá
  • Quem está atacando?
    O EI (Estado Islâmico), um grupo islamita sunita que surgiu da união de diversos grupos que lutaram contra a ocupação do Iraque pelos EUA e que recentemente criou um califado nas áreas sob o seu controle no Iraque e no Levante (parte de Síria e Líbano). Seu principal líder foi Al-Zarqawi, morto em 2006. Hoje a liderança tem vários nomes, mas o principal é Al-Baghdadi
  • O que é um califado?
    É uma forma de governo centrada na figura do califa, que seria um sucessor da autoridade política do profeta Maomé, com atribuições de chefe de Estado e líder político do mundo islâmico. O Estado, que seguiria rigorosamente a lei do Islã, compreenderia a região entre o mar Mediterrâneo e o rio Tigre
  • Qual a força do EI?
    O grupo, que recebe grandes doações ocultas de dinheiro, tem milhares de militantes, inclusive "jihadistas" americanos e europeus, e se aproveita da disputa entre o governo de Maliki, apoiado pelos xiitas, e a minoria sunita para conquistar espaço. Acredita-se que seja patrocinado por governos da região. Embora seja considerado um braço da Al-Qaeda, se rebelou e foi expulso pelo líder Al-Zawahiri
  • Quem está na mira do EI?
    Cerca de 50 mil membros da minoria yazidi, que estão isolados em montanhas no noroeste do Iraque, sem comida nem água, depois de terem fugido de suas casas, e cristãos, que chegaram a ser crucificados. Mulheres tem sido forçadas a se submeter à mutilação genital e usar véus cobrindo o corpo inteiro
  • O Iraque pode se dividir?
    Apesar de o governo central de Bagdá ainda controlar oficialmente as províncias do país, é possível que haja a fragmentação em ao menos três territórios. Isso porque a divisão do Iraque entre árabes sunitas, xiitas e curdos já está bem avançada
Arte/UOL
Cidades sob controle do Estado Islâmico ou sob ameaça de ataques na Síria e Iraque