terça-feira, 5 de abril de 2016

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Marco Aurélio diz que Cunha cometerá crime se não cumprir ordem do STF

Roberto Jayme-12.set.2013/UOL
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello
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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou nesta terça-feira (5) que reconhece o "direito de espernear" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas disse que pode configurar crime de responsabilidade o deputado deixar de cumprir a decisão que determinou à Casa dar início ao processo de impeachment do vice-presidente, Michel Temer.
"É impensável que não se observe uma decisão do Supremo. A decisão não é do cidadão Marco Aurélio, é do Supremo", disse o ministro.
"Vamos ver a época que estamos vivenciando. [...] Quando se inobserva [uma decisão do STF] é porque as coisas não vão bem e eu não posso pensar em fechar o Brasil para balanço", completou.
O ministro disse acreditar, no entanto, que Cunha cumprirá imediatamente a decisão e "reconhecerá o valor dessa decisão".
Marco Aurélio afirmou que, se houver recurso da Câmara, ele pode tentar liberar a discussão da questão para julgamento pelo plenário do tribunal já na próxima semana.
"[Posso] rapidamente [liberar o julgamento], porque todos sabem que eu não sento em cima de processo. Processo para mim não tem capa, tem estritamente conteúdo."
O ministro disse não acreditar que um colega derrube sua decisão.
"A autofagia não pode ocorrer. Mas, acima de qualquer dos integrantes do Supremo, está o plenário. Interposto o agravo, eu levarei imediatamente, depois de observado o devido processo legal, depois de ouvir o agravado [autor do pedido de impeachment], levarei imediatamente ao plenário, que é um órgão democrático por excelência –no Brasil nós precisamos de democracia."
Questionado se a decisão pode provocar uma enxurrada de abertura de impeachments no Congresso, como criticou Cunha, o ministro minimizou.
"Esse grande número só sinaliza uma coisa que nós estamos vivendo numa época de crise muito aguda", disse.
O pedido de impeachment de Temer foi feito pelo advogado Mariel Márley Marra e chegou ao STF porque foi arquivado por Cunha sob a justificativa de que não existiam elementos de que o vice cometeu crime de responsabilidade.
O advogado argumentou que o vice-presidente cometeu crime de responsabilidade e teria atentado contra a lei orçamentária ao assinar decretos autorizando a abertura de crédito suplementar sem autorização do Congresso. As irregularidades são as mesmas que motivam o atual pedido de impeachment de Dilma.
Temer não comentou o pedido de impeachment feito por Marra.

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comentários

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Emilia Silva (274)

ontem às 20h27  Denunciar
Depois de ajudar a tornar ainda mais admirado um jornalista que o questionou bravamente ontem no programa Roda Viva, hoje o ministro Marco Aurélio inova com esse enfrentamento à autonomia dos poderes da Câmara Federal. Bem que ele poderia aproveitar a braveza para abrir os nove processos sob sigilo de Renan Calheiros para a gente conhecer, né?!
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem
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